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Fim do home office: para mais de 64% dos empregados, qualidade de vida piorou

Nessa segunda (31), o governo federal publicou novas regras de teletrabalho para servidores

Nessa segunda-feira (31/7), o governo federal publicou novas regras para o home office em serviços públicos. Com as mudanças, os profissionais só poderão entrar na modalidade do teletrabalho após um ano de estágio comprobatório. Além disso, ao mudar de cargo, será necessário cumprir seis meses na modalidade presencial, antes de aderir ao trabalho remoto. O retorno aos escritórios, após a pandemia, não foi bem recebido pelos brasileiros. Uma pesquisa de abril deste ano, do Infojobs e do Grupo Top RH, mostrou que 85,3% dos profissionais trocariam de emprego por mais dias de home office. Grande parte daqueles que voltaram ao trabalhos nas empresas (64,4%), ainda disseram que a qualidade de vida piorou substancialmente devido aos deslocamentos diários.

Para Leandro Souza de Pinho, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos de Minas Gerais (ABRH-MG), a tendência pós-pandemia é de um modelo de trabalho híbrido, quando o colaborador vai alguns dias à empresa e no restante dos dias da semana trabalha de casa. “Em algumas funções, como as de tecnologia, o ‘home’ é funcional. Primeiro é preciso entender se é possível e como isso impacta a organização”, observa.

O regime híbrido, segundo a pesquisa do Infojobs e do Grupo Top RH, é o regime de trabalho de 33,2% dos entrevistados. A maioria (47,2%) voltou totalmente ao presencial; enquanto 19,5% permanecem no teletrabalho.

Pinho lembra que ambos os regimes de trabalho tem prós e contras, que devem ser pesados na balança da empresa. Segundo ele, o trabalho presencial, por exemplo, demanda um investimento em aluguel, manutenção do espaço físico e transporte dos funcionários, além de pesar na qualidade de vida do colaborador, que precisa se deslocar diariamente, muitas vezes pegando trânsito, até a empresa.

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Mas em alguns casos, os gestores perceberam uma queda na produtividade da equipe remota ou mesmo, têm uma cultura, tradicional, de maior controle sobre o empregado. “Há pessoas que [estando em casa] têm dificuldade de se concentrar ou não tem disciplina do tempo. Fora que no trabalho tem a relação com os colegas e alguns perceberam como era saudável sair de casa”, detalha o presidente da ABRH-MG.

Para ele, é importante ter em mente que cada história é única e o indivíduo é dono de sua carreira, podendo escolher a oportunidade profissional que faça mais sentido na sua vida.

Além das mudanças na regra do trabalho, o governo federal mudou o controle de ponto dos servidores. Agora, não mais será monitorada a frequência de cada colaborador, mas sim a produtividade e a entrega de resultados. A novidade, estabelecida pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, atualiza o Programa de Gestão e Desempenho (PGD), criado em 2022.

Home office é o ‘queridinho’ dos brasileiros
O levantamento do Infojobs e do Grupo Top RH sobre o home office foi realizado entre abril e maio deste ano, com 1.008 entrevistados de todo o Brasil. Além de mostrar a preferência dos brasileiros pelo regime remoto, a pesquisa mostrou que só 14,2% das pessoas ouvidas disseram que a qualidade de vida melhorou ao retornar ao escritório. Outros 21,5% não sentiram mudanças.

Entre aqueles convocados a voltarem ao trabalho presencial, 78,5% afirmaram que as empresas não os consultaram sobre a mudança. Outros 73,9% relataram que o departamento de RH não criou ações de engajamento para o retorno.

Entre os entrevistados, a maioria mora no sudeste do Brasil e tem entre 35 e 44 anos (34,7%) ou entre 25 e 35 anos (28,4%).

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